Gastronomia Brasileira
Autores
Cassia Lemes
Juliana Cristina
Marcos Aurélio
Marília Parreira
Marisa Pereira
Pâmela Brito
Paula Pastore
Tatiana Koga
Vanessa Silva
Através deste trabalho pretende-se mostrar a origem, evolução, atualidades e tendências da gastronomia mundial.
Além disso, evidenciam-se as principais descobertas e curiosidades existentes , mostrando como um simples ato de saciar a fome tornou-se uma "arte de comer e preparar alimentos".
Contudo, o principal objetivo deste é salientar os traços marcantes da gastronomia para que assim obtenha-se um conhecimento mais profundo do que é Alimentos e Bebidas.
2. INTRODUÇÃO:
GASTRONOMIA: Estudo das leis do estômago.
Apesar deste significado científico da palavra gastronomia, atualmente ela possui um sentido muito mais amplo que refere-se a arte de cozinhar e/ou apreciar e saborear a comida. A partir disso, pode-se afirmar que a principal preocupação da gastronomia é proporcionar o máximo de prazer a quem come, ao contrário do que acontecia antigamente, onde comiam-se apenas para saciar a fome não importando-se com o paladar, a cocção e a combinação dos alimentos.
A gastronomia possui também um significado simbólico, onde o ato de comer e cozinhar com outras pessoas é um sinal de fraternidade, companheirismo e solidariedade entre os homens.
Atualmente, a gastronomia é marcada pela mistura de alimentos e especiarias de diferentes regiões, provocando assim uma globalização gastronômica, onde tudo é válido desde que as combinações dos alimentos resultem num sabor original.
3. A ORIGEM DA GASTRONOMIA:
Para compreender a gastronomia moderna é necessário ter uma visão mais ampla sobre seu surgimento, origem e desenvolvimento.
No início dos tempos o homem alimentava-se apenas para sua sobrevivência e de forma rudimentar, ou seja, sem qualquer cuidado com a preparação e/ ou utensílios. As modificações ocorreram quando o homem percebeu que ao fogo as carnes ficavam mais saborosas e fáceis de mastigar, e assim a culinária passou a ser explorada como uma arte juntamente com o aperfeiçoamento dos utensílios.
3.1. Pré - História
Desde de a pré-história o homem criou diversos meios para sua sobrevivência, objetos como redes, arcos, flechas proporcionaram ao homem a ampliação de sua forma de alimentação, antes de vegetais e frutos passaram a ser de animais.
Esta mudança levou a diversas conseqüências, como a formação de grupos para caça, pois ficaria mais fácil para a sobrevivência. Estes grupos não tinham lugar fixo para morada sua vida baseava-se onde encontravam lugares que oferecessem mais alimentos.
O organismo humano acabou acostumado com dieta carnívora, e portanto passou a depender do sal encontrado nas carnes pois, quando a caça diminuía havia a necessidade de buscar novas fontes de sal para compensar esta perda.
Entretanto com esta mudança de alimentação e a redução de caças, diversos grupos tornaram-se canibais devido à falta que lhe faziam as proteínas encontradas nas carnes, rituais mágicos fizeram também parte do canibalismo pois acreditavam que através desse ritual as qualidades das pessoas sacrificadas iriam ser transferidas para quem as comessem.
A descoberta do fogo ajudou o homem a obter calor e luz que ficou associado à magia e ao sobrenatural e ao perceber que o fogo deixava as feras afastadas e poderia ser utilizado para assar suas caças o homem deixou de alimentar-se da comida crua e passou a consumi-las assadas na brasa utilizando um espeto para assa-las e a partir desta arte surgiu então a culinária.
"O fogo foi o primeiro tempero descoberto pelo homem , já que o sabor de uma comida depende da temperatura em que ela é consumida"
Após a descoberta do fogo o homem pré-histórico com sua evolução percebeu que a semente que plantava germinava surgiu então a cultivação da terra que gerou uma nova fonte de alimentação.
O homem passou a ter acampamento perto de suas plantações e assim vigiava contra rivais que desejavam apodera-se de seus campos. A necessidade de saber qual melhor época de plantio levou o homem a observar o sol, lua e as estrelas e aprendeu sobre a melhor época de semear e colher.
A ligação do homem com o solo foi definitiva e os grupos passaram a trocar experiência o que gerou aldeias e comércios que deram origem as cidades e com passar do tempo o homem adquiriu novos hábitos como: levantar, sentar, dormir, comer em mobílias e guardar alimentos em suas moradias, utilizando-se de cerâmicas para armazenar estes alimentos.
A partir da conservação dos alimentos o homem aprimorou sua culinária criando um forno compacto de barro que dava o ponto exato das assaduras e começou a acrescentar na preparação ervas e sementes aromáticas para ativar o paladar.
Com o surgimento da cerâmica vieram à cocção e o caldo que abriram espaço para pratos mais elaborados como: sopas, papas, purês, pirões, consommês e bebidas aquecidas que complementavam a alimentação.
Ao observar que os animais lambiam a ardósia o homem passou a fazer a extração do sal da pedra e mais tarde passaram a extrair do mar, para a gastronomia a extração do sal foi uma descoberta valiosa.
3.2. Idade Antiga
Data-se que foi na era gregoriana que este aperfeiçoamento atingiu seu ápice, embora a idéia de "talheres" já se tinha conhecimento. Pode-se citar como exemplo: as conchas de moluscos que eram utilizadas pelos homens primitivos como colher, a partir dessa concha os gregos deram forma as colheres que utiliza-se hoje.
Foi também nessa época que as funções dentro de uma cozinha foram definindo-se. O padeiro era o responsável pela produção de alimentos, pois o pão era a principal fonte de alimento, não havendo necessidade de uma maior especialização.
Devido aos grandes banquetes realizados gregos com pretexto de debater questões de literatura, filosofia e política; o padeiro recebia diversos ajudantes e este atribuía tarefas a serem executadas, desta forma, esses ajudantes se especializaram nas tarefas e assim estava constituída a brigada da cozinha.
Os gregos deixaram uma literatura culinária onde se têm os primeiros registros sobre cozinha - "Vida de Prazer" -, neste livro encontramos também exemplos da cultura grega e sua alimentação como a associação do vinho e das uvas aos deuses, além de possuírem poderes de recuperação.
Os romanos absorveram os princípios da culinária grega durante seus confrontos em guerras de conquistas. A cozinha de Roma progrediu muito depois que os romanos conquistaram Sicília, criando uma cozinha variada e refinada.
Com a expansão do Império Romano os prisioneiros de guerra tonaram-se escravos, fazendo todos os trabalhos inclusive o culinário. Para comemorar as vitórias de guerras os romanos promoviam exuberantes banquetes, onde os cozinheiros podiam demonstrar toda sua habilidade na cozinha, daí que começou a aparecer à figura do chef de cozinha.
Com a decadência do Império Romano e o início da Idade Média, a qual foi marcada por grandes acontecimentos como epidemias, invernos rigorosos, guerras e fome, fez com que a gastronomia popular quase desaparecesse.
3.3. Idade Média
Os mosteiros, centros culturais, foram grandes responsáveis pela continuidade e desenvolvimento da gastronomia pois a igreja na Idade Média era muito rica, poderosa e exercia muita influência sobre os povos.
Os monges complementaram a culinária com o exagero de temperos e especiarias como a pimenta, noz-moscada, cravo, canela entre outros. Grandes partes dessas especiarias foram trazidas pelas Cruzadas - expedições militares e religiosas organizadas para ocupar Jerusalém. Eles também simplificaram a preparação dos alimentos e deram prioridade à aparência de seus pratos, o que tornou a gastronomia luxuosa.
Concomitante a evolução gastronômica da Idade Média, os chineses já preparavam o que se conhece como talharim de hoje, era uma massa de farinha de trigo e soja temperada com gordura de peixe. Também da Ásia, foi trazido para o ocidente o arroz, que está presente nos pratos da maioria dos países.
Apesar dessas descobertas gastronômicas pouco se registrou dessa época, apenas uma pequena obra chamada "Le Ménagier" de Paris.
3.4. Idade Moderna
Na Idade Moderna ainda era apreciado por alguns povos comer com as mãos, embora a faca e a colher já fosse utilizada desde a pré-história. O garfo só foi utilizado pela primeira vez no século XI nas casas Italianas para comer frutos, ele substituiu a faca pontiaguda na década de 1450, nesta época o garfo tinha apenas dois dentes.
Os grandes banquetes com seus pratos todos ao mesmo tempo sob a mesa para que os convidados pudessem escolher e se servir a vontade, deu lugar a pratos empratados e a um serviço separado, o qual servia separadamente as sopas, entradas, assados, saladas e sobremesas.
Foi também no século XVII que as grandes inovações ocorreram, principalmente na elaboração dos molhos. Como exemplo o molho Bechamel, nome dado para homenagear um famoso financista, o qual é apreciado até os dias de hoje na cozinha atual.
Durante os reinados de Luís XIV e XV, surgiram: o fogão de doze a vinte bocas e o Champagne. O primeiro substituiu o forno a lenha e o braseiro de carvão, e possibilitou a cocção em fogo brando ou forte; a segunda invenção foi criada pelo abade Dom Pérignon.
Ainda nessa época, século XVII, surge na França o primeiro restaurante, instalado por Boulanger. Apesar de já existirem tavernas e os grandes banquetes, Boulanger inovou um novo serviço, o qual era realizado no seu pequeno restaurante. Seu cardápio era baseado apenas em sopas, pois acreditavam que elas fossem restaurativas, em francês restaurants, daí é a origem da palavra restaurante.
Dentre as inovações de Boulanger temos: um cardápio escrito com todas as sopas que o estabelecimento servia, mesas individuais, uniformes e identificação do garçom; todas essas inovações levaram com que o restaurante de Boulanger tornasse famoso e conseqüentemente muito freqüentado.
Com a crise da França levando à Revolução Francesa em 1789, cujos ideais eram liberdade, igualdade e fraternidade entre todos, resultou numa estagnação na arte de cozinhar, uma vez que, todos os cidadãos passaram a viver numa situação crítica.
3.5. Idade Contemporânea
Com a decadência da nobreza francesa os grandes chefs não tinham mais onde trabalhar, desse modo resolveram se unir e abrir pequenos estabelecimentos onde poderiam vender seus pratos. Daí, surge a sofisticação e o glamour da cozinha francesa, pois esses chefs conciliaram a gastronomia burguesa com o aroma do campo.
Na idade Contemporânea inicia-se uma migração de culinárias. Com Napoleão Bonaparte como imperador da França fez com que essa mistura de sabores se intensificassem, pois ele odiava os requintes dos pratos franceses e idolatrava a cozinha italiana.
As contribuições de Napoleão foram: o frango frito no azeite doce, isto é, a mistura de sabores salgados com doces; e a conserva em vidro, que foi uma disputa lançada por Napoleão para que descobrissem uma maneira de prolongar o tempo útil dos alimentos para que assim pudesse alimentar melhor seu exercito.
Após Napoleão, os sucessores continuaram a apreciar a boa culinária e dessa forma fizeram com que a gastronomia não parasse de crescer e se expandir pelo mundo.
Entretanto, no século XX ocorre a diversificação de serviço e cardápios, além de inúmeros novos restaurantes cada qual com seu cardápio típico de uma região. Desde então, essa era é conhecida como neo-restauração, pois esta marcada de inovações.
4. A HISTÓRIA DOS VINHOS:
"O vinho nada mais é que o produto de fermentação do mosto de uvas maduras. Pode parecer simplista demais, mais a definição é satisfatória. Durante esse processo pela ação do fermento, o açúcar contido no mosto da uva é transformado em álcool, produzindo calor (daí o termo fermentação que vem do termo ferver, no latim) é liberando gás carbônico. Uma vez transformado todo o açúcar em álcool a fermentação para naturalmente."
Não se sabe como nem quando descobriram o vinho, acredita-se, que pôr acaso algumas uvas tenham sido amassadas acidentalmente e transformadas em algo parecido com o vinho.
Uns dos fatos que divulgou o vinho mundialmente é por ele ser escolhido para representar o sangue de Jesus na eucaristia então o vinho acabou desempenhando um papel cultural e econômico na sociedade.
Para o exercito romano o vinho era mais saudável que a própria água. No entanto eles plantavam videiras nas imediações de seus quartéis.
Com o avanço da ciência e a chegada do Pasteur cientista , no fim do século passado, o vinho foi explicado cientificamente e todo o seu processo de fermentação dando origem à moderna enologia.
Para chegar ao copo o vinho sofre um grande processo de transformação, que na verdade tudo começa pela parte agrícola. Uma boa terra contribui para que o homem com uma terra não muito fértil conhece um vinho razoável.
A videira é um planta com seu ciclo definido, com a chegada da primavera ela solta novos galhos, aparecem flores e posteriormente frutos. Do tempo de floração a colheita existe um espaço de mais ou menos 100 dias, é um período que necessita do sol. O sol ajuda as uvas amadurecerem, aumentar o teor do açúcar e conseqüentemente o teor alcoólico. Nesse período a chuva absorve para do açúcar da uva causando-a podridão e o prejuízo do vinhateiro.
Os processo para elaboração dos vinhos são diferentes. Os tintos são fermentados com a casca e os brancos não, porque elas dão a cor ao vinho. As uvas vermelhas quando chegam as adegas são amassadas e não prensadas um vinho tinto não pode ser feito com uvas com brancas, porém o branco pode ser feito com os dois tipos de uvas, sendo as vermelhas sem casca.
O vinho branco é mais delicado, é muito importante que as uvas cheguem a adega em perfeito estado, ou seja, não amassadas porque elas são prensadas sem a casca, desta forma a uva contribui para a boa qualidade dos vinho.
5. O NASCIMENTO DA COZINHA BRASILEIRA
A cozinha brasileira nasceu da combinação da culinária indígena com as dos colonizadores e os escravos, porem para que seja compreendido seu nascimento é necessário relatar como índios primeiros habitantes, se alimentavam quando o Brasil foi descoberto pelos portugueses.
Pero Vaz de Caminha em 24 de abril de 1500 dois dias após o descobrimento do Brasil, redigiu uma carta ao rei de Portugal onde informava sobre o primeiro contato dos índios com a cozinha européia e informava na carta também ainda que de forma equivocada que no Brasil não era produzido nada de útil para o comércio pois em 1500 no Brasil era plantado aipim batata, abóbora, milho, feijão, fava, amendoim porem não faziam parte da alimentação diária .
"Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelhas, nem galinha, nem qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens. Não comem senão disse inhame que aqui há muito, e dessa semente e frutos, que a terra e as árvores de si lançam."
Pero Vaz de Caminha notou também que recusa da comida Européia durou pouco e após alguns dias o índio comiam e bebiam tudo o tudo o que os portugueses lhe ofereciam como : presunto defumado e cozido, peixe cozido, pão, figos em passa, confeito de açúcar e fartéis ; primeiro bolo doce saboreado no Brasil.
Na carta regida Caminha também conclui que por se alimentarem apenas de trigo e legumes a índia era mais robusta e a pele mais brilhante.
Os portugueses não se interessaram pela culinária local., o único alimento que provaram e gostaram foi o palmito, e o inhame que diziam ser a alimentação diária dos indígenas na verdade era a mandioca., alimento que ele utilizava para fazer farinha que a partir dela fizeram o pirão de peixe ou carne , a banana da terra que já existia no Brasil era utilizada para fazer mingaus, caldos e bebidas.
Os índios não tinham o hábito de plantar frutas. Apenas colhia o que a natureza os oferecia fartamente: abacaxi, goiaba, cajá, maracujá, imbu, mamão e caju, frutas como banana, laranja, limas e os limões só formam conhecidos mais tarde, quando trazidos pelos portugueses.
O peixe cozido ou assado era um dos alimentos favoritos dos índios.
Os indígenas assim como o homem pré-histórico em 1500, não tina uma hora determinada para comer, como era comum entre os europeus se alimentavam sempre que tivesse fome.
Os indígenas obtinham sal pela água do mar, porém o sal não lhe despertavam grande interesse pois não tinham uma necessidade orgânica, pois transpiravam pouco e suas peles eram cobertas por tintas ornamentais
Com a pimenta e o sal , os índios preparavam molho mas não o cozinhava direto com o alimento, apenas usavam os molho s elaborados no momento em que iriam se alimentar.
Como instrumento da cozinha, os índios utilizavam panelas, espetos e moquém - uma espécie de grelhas que colocava sobre o fogo baixo e para assar, essa técnica consistia em colocar a carne ou o peixe em um buraco na terra forrada com folhas grandes, depois cobriam-na com folhas e terra, fazia-se um fogo sobre a cova a qual mantinha-se acesso até o momento de assar.
Tanto as panelas, fornos de barro para fazer farinha de mandioca, beijus e bebidas eram uma ocupação feminina dentro as tribos indígenas.
Os índios apreciavam bastante bebidas e sabia fabrica-las a partir de fermentação da mandioca, aipim, batata-doce, produziam vinho de frutas como caju, ananás, e jenipapo e bebidas não fermentadas com a garapa de pamonha, que era a pamonha dissolvida em água, e o xibé, uma mistura de farinha de mandioca com água. Naquela época os índios não conheciam a bebida tipo um refresco, em que a fruta é espremida e misturada á água.
As bebidas indígenas sempre eram aquecidas antes de serem servias, mesmo que em seu preparo já tivesse sido cozida.
Ao longo dos anos, a dieta indígena mudou relativamente pouco: manteve-se bastante fiel aos padrões de 1500. Ela deixou uma herança extremamente significativa para a alimentação brasileira.
5.1. A Colonização do Brasil
"Negro de guiné
Negro de Angola
Só Toca berimbau,
Não toca vióla
Grande parte dos escravos que vinham exportados para trabalhar no Brasil eram de Guiné e Angola, viajavam e condições precárias tanto de higiene como de alimentação.
Devido à crise financeira em Portugal, os portugueses decidiram explorar o Brasil, trazendo os africanos, deu-se o inicio a colonização do Brasil, onde a principal atividade econômica era a produção e exportação do açúcar.
Muitos portugueses vieram com a sua família em definitivo, trazendo bois, vacas, touros, ovelhas, cabras, variedades de frutas e legumes e também comemorações como: Natal, São João, Quaresma e Carnaval, tornando o ambiente familiar.
Os negros exportados, após serem explorados ao máximo, eram largados para morrer já que não seriam mais úteis.
Foram destinados a trabalhar nos grandes engenhos, minas de ouro, plantações, comiam o que lhe era imposto, que não era de agrado ao seu paladar. A farinha de mandioca brasileira se tornou indispensável para a sua alimentação e passou a utiliza-la acrescentando ao caldo fervente até tomar consistência.
O pirão tornou-se comum e diário na alimentação dos brasileiros como acompanhamento de carnes e peixes.
O milho também ocupou terceiro lugar na cozinha brasileira, que eram muito consumidos pelos negros na preparação de fubá e angu palavras introduzidas no vocabulário brasileiro pelos africanos.
A mulher portuguesa tirou mais proveito do milho, passou a fazer bolos, canjicas e pudins.
O arroz ocupou o segundo lugar na cozinha brasileira, produto este plantado pelos portugueses após a colonização. A partir do século XVIII o arroz passou a ser cozido com água e sal dando a consistência de um pirão e servido com acompanhamento de carnes e peixes. O arroz branco surgiu mais tarde apenas e hotéis e casas ricas.
Os negros, índios e portugueses criaram variações de preparação, surgiu então o arroz de haussa, arroz de forno, arroz de cuxá, arroz de pequi e o arroz carreteiro.
Como sobremesa o arroz doce preparado com leite de gado ou de coco considerado hoje como uma sobremesa nacional
E no século XVI houve a popularidade do feijão pelos brasileiros, a qual tornou-se base da alimentação, junto com a farinha e mais tarde e arroz.
Foi pelas mãos das mulheres portuguesas, das mulheres portuguesas que os índios conheceram o açúcar e que se tornou diário na alimentação. Os pratos doces eram os mais associados á idéia de passatempo de que a idéia de sustento.
Como os açúcar eram fácil dos engenhos, muitas sobremesas nasceram aqui mesmo e os pratos ficaram mais valorizados com o açúcar e o mel.
Faziam variados tipos de doces de frutas tropicais como: marmeladas, caju, banana e goiaba. Toda esta mudança os africanos iam tornando-a mais, apetitosa, sadia e suficiente. Mudando o cardápio que lhe era imposto.
5.2. O Brasil se liberta de Portugal: a Cozinha brasileira se afirma
No período da luta pela independência do Brasil a cachaça e a farinha de mandioca eram o símbolo de rebeldia e de conspiração nos encontros dos movimentos de revolta.
Com o aumento da extração de ouro e o desenvolvimento das imediações da minas e postos de cobrança portugueses, as pessoas começaram a adaptar sua culinário de acordo com as novas possibilidades alimentares e conseqüentemente começaram a criar a identidade da cozinha brasileira.
A chegada da corte portuguesa trouxe as mesas brasileiras a adaptação do cardápio português as iguarias nativas e a introdução de novos ingredientes na preparação de pratos típicos do país para receber as nobres famílias vindas de Portugal.
Passados mais de três séculos com o domínio português a culinária brasileira era tipicamente européia não só na culinária, mas também no costumes como: figurinos, músicas, danças, comportamentos e lazer.
Paralelamente as mudanças no cardápio nacional o consumo de bebidas crescia, e também sofria fortes influências de todos os povos que chegavam ao país, desde os vinhos portugueses até o chá das classes dominantes vindas da Europa ao final do século XIX.
A produção de café ia chegando ao seu auge, e este apareceu encerrando as refeições e dando o nome a primeira refeição do dia, porém sua produção era mais voltada a exportação e utilizava mão de obra escrava nas lavouras.
Porém, em 1850 o tráfico de escravos foi proibido e o incentivo, a vinda de europeus para as lavouras cafeteiras foi a solução encontrada, contudo além da mão de obra os imigrantes trouxeram consigo seus costumes alimentares, fazendo da cozinha brasileira um mix de influência portuguesas, indígena, francesa, inglesa, espanhola, alemã e italiana contribuindo o enriquecimento do cardápio brasileiro.
Apesar das diversas influências estrangeiras, a base alimentar do povo brasileiro continuava sendo contribuída de legumes como: feijão, mandioca, batata, milho, arroz, carne seca, peixe, pimenta, farinha de mandioca e frutas como banana e laranja.
Neste período o feijão já era considerado o alimento típico dos brasileiros que o consumiam com carne seca e toucinho acompanhado pela farinha de mandioca transformando-se um prato indispensável na mesa do rico e a única iguaria na mesa do pobre.
Desta forma modesta surgiu o mais famoso prato nacional, a feijoada que posteriormente com o acréscimo de verduras, legumes, outras variedade de carnes e acompanhamentos tornou a feijoada completa servindo em vários países.
Enquanto a cozinha sofria diversas transformações, a arte de servir os convidados não teve muitas mudanças pois o uso de toalha não era comum no dia a dia das pessoas e todas as comidas e bebidas eram colocadas nas mesas para que cada um se servisse de acordo com o que queria, ao contrário do serviço de mesas utilizadas nos países europeus.
O uso de talheres também não era muito freqüente e a sua utilização era guardasse somente para festas e banquetes importantes até mesmo na residência real.
5.3. A cozinha regional e suas tendências
A culinária brasileira tem forte influência de vários países, em primeiro lugar, destaca-se a cozinha portuguesa, principalmente pela maneira a qual preparamos nossos alimentos, logo, somos influenciados também pela cozinha indígena, dos imigrantes da Europa a da Ásia, como por exemplo, a cozinha italiana, que agrada bastante o paladar brasileiro.
Devido o modo como o Brasil foi colonizado e as diferenças geográficas do país, a cozinha brasileira varia de região para região, onde cada lugar do país os costumes de comer certas coisas são muito diferentes.
A cozinha da Amazônia é considerada a mais autêntica do país por ser fortemente marcada pela origem indígena, destaca-se utilizando
6. A INTERNACIONALIZAÇÃO DA COZINHA:
A cozinha internacional surgiu quando chefes franceses viajaram pelo mundo ministrando cursos, formando seguidores e abrindo restaurantes em hotéis famosos. Esses restaurantes, por sua vez, ofereciam pratos da região e de alguns outros países, mas fortemente a diversidade era tipicamente da cozinha francesa.
A internacionalização da cozinha facilitou e facilita até os dias de hoje, a alimentação de viajantes, pois assim sabem que sempre encontrarão pratos com sabores já conhecidos, pois nela "todos os bifes se parecem e todas as sopas se confundem".
O crescimento da cozinha internacional fez com que vários países se preocupassem com seus pratos regionais. Sendo assim, começaram a surgir livros de receitas especializadas em cozinha francesa, italiana, chinesa, japonesa, alemã, portuguesa que se espalhavam por todo o mundo.
Nessa época, o mundo viveu a Primeira Guerra Mundial e após esse acontecimento os materiais da cozinha começaram a se aperfeiçoar, as operações na cozinha foram se modificando, os meios de transporte se modernizaram, as indústrias de alimentos foram se desenvolvendo e tudo isso acabou alterando também, os hábitos alimentares de europeus e americanos.
Na segunda metade do século XX, os chefs e gastrônomos passaram a defender uma culinária que realmente realçasse o sabor, onde o importante era tratar os alimentos sem destruir o trabalho feito pela natureza, esse movimento foi chamado de nouvelle cuisine, que significa cozinha nova.
A nouvelle cuisine está presente hoje em diversos países, valorizando os pratos de cozimento rápido, sem excesso de temperos e menos gordurosos; preocupando-se com a apresentação dos pratos, cujas cores devem estar em harmonia para agradar os olhos, o olfato e o gosto. Além de valorizar a técnica, pois "só o conhecimento é que pode trabalhar o alimento, sem perder o seu sabor natural".
7. A COZINHA DO MUNDO HOJE:
A origem da cozinha é regional embora não tenha ficado restrita a esses limites, pois com o passar dos tempos ela acompanhou o homem na suas mudanças culturais e normativas.
Esse novo conjunto de técnicas da culinária possibilitou com que as mais variadas cozinhas se espalhassem pelo mundo afora. Através das modernas técnicas de conservação, os diferentes alimentos passaram a chegar ao consumidor mais distante. Alguns alimentos são adaptados fora de sua região de origem e tornaram universais em quase todas as cozinhas, por isso temos a mais variada culinária em quase todo os lugares, o que vem provocando uma verdadeira revolução na gastronomia.
Essa revolução é movida pelos recursos tecnológicos que facilitou o comércio e a exportação, com técnicas de enlatamento, refrigeração e meios de transportes rápidos e eficientes. Essa facilidade faz com que a falta um ingrediente em determinada região seja suprida rapidamente, comparando a elaboração de diferentes pratos. Entretanto, percebemos de curta forma a globalização atingindo a cozinha, onde o intercâmbio de hábitos alimentares junto com a migração das pessoas fez com que alguns países se identificassem com outros.
A partir dessas misturas surgiu uma culinária bastante apreciada pela sociedade, essa mistura de ingredientes nos mostra que a tendência da gastronomia atual é unir a tradição com a inovação. Os grandes chefs afirmam que a gastronomia atual tudo é válido desde que não se altere a harmonia e o sabor dos alimentos.
7.1. Curiosidades
Na Idade Moderna, quando os talheres se tornaram mais comuns entre os nobres da época, estes guardavam os talheres em estojos próprios pois consideravam objetos de uso pessoal. Já na China, não se usava a faca de mesa pois cortar e picar era tarefa de cozinheiro.
Uma curiosidade do nome de pratos é a palavra pirão, que inicialmente significava retribuição, subsistência, mulher bonita, elemento indispensável em uma festa. Existe um verso que simboliza este significado: "Com mulher e pirão, faz-se a função! Não há animação , sem pirão!"
Nos dias de hoje, surge um novo termo, a dessacralização da refeição em família, isto é, a reunião familiar para a alimentação deixou de existir devido ao crescimento urbano. Este crescimento teve conseqüências na alimentação das pessoas pois houve maior variedade de alimentos oferecidos, ampliando assim as diferenças de gostos isto resultou numa dificuldade de agradar a todos da família.; outra conseqüência foi a necessidade das mulheres exercerem atividades profissionais fora de casa, quebrando assim a tradição das refeições em família.
8. CONCLUSÃO:
Para o grupo, o presente trabalho trouxe maior conhecimento do que é a gastronomia. Através de pesquisas percebemos que a "arte de cozinhar" advém de muito tempo, e ela sempre esteve em desenvolvimento.
Concluímos que a gastronomia nunca irá estagnar-se pois com a globalização, além de ter aberto um amplo horizonte de combinações, este ciclo nunca irá fechar. Mas, ao mesmo tempo em que, temos a globalização abriu o mercado gastronômico, deu lugar a glocalização.
A glocalização nada mais é que a adaptação de dos pratos internacionais ao paladar de cada nicho de pessoas de acordo com sua sociedade e região, um exemplo é a rede Mc'Donalds.
Por fim, a gastronomia pode ser definida como uma arte em constantes transformações sempre cercada de muita criatividade e originalidade.